quarta-feira, 20 de maio de 2015

Textos para trabalhar SUBSTANTIVO( arquivo)

Textos para trabalhar SUBSTANTIVO


1º - A terra sem nome

Era uma vez uma coisa onde as coisas não tinham nome. E tudo o que se dizia era uma coisa só.  Quando se ia à coisa em que se compram coisas, veja só que coisa:
— Oi seu fulano! Me dá aquela coisa.
— Qual coisa?
— Aquela coisa que a gente serve para usar a coisa.
— Tem tanta coisa que a gente usa, que coisa você quer?
— Aquela!
— Mas, tem tanta coisa ali!!
— Aquela coisa, que tá junto daquela outra coisa, entre aquela coisa e aquela outra coisa!!!
— Ihh... não tô entendendo coisa nenhuma!!!
— Posso ir lá pegar a coisa?
— É... pode...
— É essa coisa aqui, ó!!
— Ah!! Eu achei que era a outra coisa!
— Quanto custa?
— R$ 2,45.
— Obrigada!
 Se você achou uma coisa de louco, imagina só tentar chamar alguém...
Numa tranquila tarde, senhoras reunidas para um chá:
—    Ô senhora!
—    Quem? Eu?
—    Não! A senhora ali!
—    A ta, eu?
—    Não! Ela!
—    Eu?
—    Eu?!
—    Eu?
—    Não, a senhora!
Um dia, resolveram dar nomes às coisas e cada coisa passou a ter sua identidade, não só as coisas, mas também as pessoas, animais, seres em geral. E a coisa onde as coisas não tinham nome passou a se chamar lugar e aquela coisa onde se compravam coisas ficou conhecida como mercado e as senhoras que tomavam chá passaram a se chamar Maria, Joana, Fátima, Sara...
O que eu ainda não descobri é o nome daquela coisa que serve para usar a coisa! Você sabe o que é? Então me diz porque eu não aguento mais essa curiosidade!!!
- O texto possibilita a compreensão da importância da classe gramatical em estudo. É interessante promover uma leitura dramatizada. Em seguida, pode-se propor uma brincadeira em que cada aluno receba um nome ou imagem de um substantivo e os demais deverão tentar advinhar. Pode-se, por exemplo, sugerir que façam de três a cinco perguntas ao aluno de quem se quer adivinhar o substantivo. As perguntas devem ser elaboradas oralmente, de maneira que se possa responder apenas "sim" ou "não". Finalizadas as perguntas, os alunos teriam três chances para advinhar o substantivo. Caso já tenham noção das classificações do substantivo, poderão usar também esses conhecimentos nas perguntas (Exemplos de perguntas: É concreto? É composto? Usa-se na cozinha? Custa caro? A gente sente? etc.)

2º texto - Circuito fechado

Ricardo Ramos

     Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.


- O texto, todo construído com substantivos, apresenta bastante coerência e possibilita diferentes abordagens.
- Pode-se selecionar as duas primeiras frases e pedir que os alunos acrescentem artigos e adjetivos, por exemplo;
- Pode-se selecionar alguma (s) frase (s) e pedir que sejam acrescentados verbos e advérbios;
- Pode-se, ainda, apresentar alguns contextos para que os alunos escrevam uma sequência de substantivos que remetam a uma sequência lógica de acontecimentos. Exemplos: Uma pescaria, um passeio ao zoológico, nascimento, namoro, primeiro emprego, etc.

3º  - Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz


Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro de panela.
Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.
Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.
Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.
Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.
Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.
Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.
                                                                                                                                  Otávio Roth

- Sugestão: Antes da leitura do poema, o professor pode pedir a cada aluno diga algo simples que o deixa feliz. Se for o primeiro dia de aula, o aluno poderá antes se apresentar.
- Em seguida, o professor poderá analisar alguns aspectos do poema. Nos três primeiros versos, por exemplo, percebe-se que o autor construiu o poema em torno de substantivos. Há algumas locuções adjetivas (de flanela, de panela, de mato molhado, sem chiado, de hortelã, do Tarzan) e adverbiais (na janela, de manhã) que caracterizam ou localizam os substantivos que, segundo o poema, deixam o eu-lírico feliz. Isso se mantém ao longo de todo o poema, e em alguns versos, o autor apresenta ações simples que também lhe trariam felicidade, utilizando-se de verbos no infinitivo e objetos diretos (Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, pisar em tapete persa, etc.)
- Vale observar que em cada verso há três elementos principais e que a rima se dá dentro de cada verso (rimas internas). Outro detalhe relevante é que cada elemento do verso é independente, ou seja, são três elementos distintos, não há uma ligação ou continuidade entre eles.
- Por fim, pode-se pedir que os alunos criem - individualmente ou em dupla - um verso com uma coisinha simples que traz felicidade. Devem estar atentos para manter a estrutura do poema original. Depois, o professor pode escrever os versos criados no quadro, para que o grupo analise, altere, aperfeiçoe, até que possam considerar o poema finalizado. Então, pode-se confeccionar um cartaz ou até mesmo publicar o texto coletivo em um blog ou rede social.



Ler mais: http://edinanarede.webnode.com.br/atividades/produ%C3%A7%C3%A3o%20textual/

5 comentários:

  1. Adorei! Parabéns pelo excelente trabalho!

    ResponderExcluir
  2. Gostaria de sugerir que apenas uma parte do conteúdo do meu blog fosse divulgada com uma recomendação para que as pessoas que tivessem interesse visitassem o blog original, onde encontrariam o restante do conteúdo.

    Atenciosamente,
    Édina Moura

    ResponderExcluir
  3. Foi muito útil para minha aula.Obrigado.

    ResponderExcluir
  4. Excelente seleção de textos!!! Usei e referenciei!!!!

    ResponderExcluir