O pronome relativo por meio do qual se inicia uma oração adjetiva, além de indicar a subordinação, exerce também uma função sintática na oração a que pertence.
Os pronomes relativos desempenham função sintática, na oração adjetiva. Para analisá-los, o melhor procedimento é montar a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente. O próximo passo é verificar a função sintática que o antecedente do pronome relativo exerce na oração adjetiva. A função sintática que ele exerce na oração adjetiva será a mesma exercida pelo pronome relativo:
sujeito:
Fortaleza, [que é a capital do Ceará], é uma linda cidade.
(que substitui Fortaleza – Fortaleza é a capital do Ceará – Fortaleza – sujeito)
objeto direto:
Os trabalhos [que faço] me dão prazer.
(que substitui os trabalhos – faço os trabalhos – os trabalhos: objeto direto)
objeto indireto:
As pessoas [de quem gostamos] compareceram à festa.
(quem substitui as pessoas – gostamos das pessoas – das pessoas: objeto indireto)
predicativo do sujeito:
O atleta saudável, [que ele sempre foi,] hoje está fora das pistas por causa de um acidente.
(que substitui o atleta saudável – ele sempre foi o atleta saudável – o atleta saudável: predicativo do sujeito)
predicativo do objeto:
Ele não é mais o jogador ágil [que todos o julgavam até o ano passado].
(que substitui o jogador ágil – todos o julgavam o jogador ágil – o jogador: objeto direto e ágil: predicativo do objeto)
complemento nominal:
O filme [a que fizeram referência] foi premiado.
(que substitui o filme – fizeram referência ao filme – ao filme: complemento nominal)
adjunto adnominal:
O menino [cujo pai é médico] deverá seguir a carreira do pai.
(cujo substitui o menino – o pai do menino é médico – do menino: adjunto adnominal)
agente da passiva:
O jornalista [por quem fui entrevistado] deixou-me bem à vontade.
(quem substitui o jornalista – fui entrevistado pelo jornalista – pelo jornalista: agente da passiva)
adjunto adverbial:
A cidade [em que moro] é bastante tranqüila.
(que substitui a cidade – moro na cidade – na cidade: adjunto adverbial)
Revisão
Agente da Passiva
É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe o ser que praticou a ação verbal.
A característica fundamental do agente da passiva é, pois, o fato de somente existir se a oração estiver na voz passiva.
Há três vozes verbais na nossa língua:
· a voz ativa, na qual a ênfase recai na ação verbal praticada pelo sujeito;
· a voz passiva, cuja ênfase é a ação verbal sofrida pelo sujeito;
· e a voz reflexiva, em que a ação verbal é praticada e sofrida pelo sujeito. Nota-se, com isso, que o papel do sujeito em relação à ação verbal está em evidência.
Na voz ativa o sujeito exerce a função de agente da ação e o agente da passiva não existe. Para completar o sentido do verbo na voz ativa, este verbo conta com outro elemento – o objeto (direto).
Na voz passiva, o sujeito exerce a função de receptor de uma ação praticada pelo agente da passiva. Por conseqüência, é este mesmo agente da passiva que complementa o sentido do verbo neste tipo de oração, substituindo o objeto (direto).
Exemplo:
O barulho acordou toda a vizinhança. [oração na voz ativa]
...[o barulho: sujeito]
...[acordou: verbo transitivo direto = pede um complemento verbal]
...[toda a vizinhança: ser para o qual se dirigiu a ação verbal = objeto direto]
Toda a vizinhança foi acordada pelo barulho. [oração na voz passiva]
...[toda a vizinhança: sujeito]
...[foi: verbo auxiliar / acordada: verbo principal no particípio]
...[pelo barulho: ser que praticou a ação = agente da passiva]
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