terça-feira, 31 de maio de 2011

Os sapos

O poema a seguir, "Os sapos", de Manuel Bandeira, foi declamado por Ronald de Carvalho no segundo sarau da Semana, sob vaias e gritarias. O público, durante a leitura, gritava em uníssono: "Foi, não foi!"


Os SaposEnfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
(fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/sapos.htm)
1. Os modernistas dos anos 1920 frequentemente tinham atitudes de ironia, deboche e crítica à cultura oficial.
a) Aponte no poema um exemplo de ironia ou deboche.

b) Que movimento literário, visto como representante da cultura oficial, é satirizado?

c) Nesse poema, os sapos são metáforas de tendências estéticas da literatura brasileira. Considerando_se a condição precária ("Sem glória, sem fé) do sapo cururu, o que ele pode representar no cenário cultural brasileiro?

14 comentários:

  1. Alunas: Laís n° 16, Bruna n° 04, Caroline n° 07, Thayná n° 29.

    1 A) "...Em ronco que aterra,
    Berra o sapo-boi:
    - "Meu pai foi à guerra!"
    - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!" ..."

    B) Neste poema, Manuel Bandeira, satiriza o parnasianismo, chamando os parnasianos de sapos, que “martelam” o que não deveria ser martelado, ou seja, repetem muitas fórmulas já prontas e conhecidas.

    c) Ele representa uma espécie de hino do
    Modernismo.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado meninas, eu precisava dessa resposta, no último dia de entregar o trbalho "ufa" eu encontrei o site!!

    ResponderExcluir
  3. valeu ai
    posta mais respostas ae vei de portugues do 3º ano

    ResponderExcluir
  4. Ba, daora o site. Valeu mesmo!!! Se tá certo eu não sei, vamo na sorte gurizada

    ResponderExcluir
  5. 3º marcando presença....

    ResponderExcluir
  6. obrigado pela resposta ...........................valeu;;;

    ResponderExcluir
  7. obrigada pelas respostas, tava precisando muito kkk

    ResponderExcluir
  8. c) Ele representa o povo! Enquanto os outros sapos brigam dizendo "meu pai foi à guerra!", "meu pai foi rei", o sapo-cururu morre de frio, fugido ao mundo, sem glória, sem fé..

    ResponderExcluir
  9. Muito bom ...
    Parabéns ...
    Ótimo site ... Ajuda muito !
    Valeu!

    ResponderExcluir
  10. valeu mano muito bom o site e bem estruturado...'-'

    ResponderExcluir
  11. o poema também traz uma caracteristica muito comum no modernismo da primeira fase; o verso livre. explique essa caracteristica.

    ResponderExcluir
  12. por favor me ajudem a responder essa aqui gente nao to conseguindo não

    ResponderExcluir