Os SaposEnfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos. O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinquüenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A fôrmas a forma. Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, Mas há artes poéticas..." Urra o sapo-boi: - "Meu pai foi rei!"- "Foi!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". Brada em um assomo O sapo-tanoeiro: - A grande arte é como Lavor de joalheiro. Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo, Tudo quanto é vário, Canta no martelo". Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe), Falam pelas tripas, - "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!". Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa; Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é Que soluças tu, Transido de frio, Sapo-cururu Da beira do rio... (fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/sapos.htm) 1. Os modernistas dos anos 1920 frequentemente tinham atitudes de ironia, deboche e crítica à cultura oficial. a) Aponte no poema um exemplo de ironia ou deboche. b) Que movimento literário, visto como representante da cultura oficial, é satirizado? c) Nesse poema, os sapos são metáforas de tendências estéticas da literatura brasileira. Considerando_se a condição precária ("Sem glória, sem fé) do sapo cururu, o que ele pode representar no cenário cultural brasileiro? |
terça-feira, 31 de maio de 2011
Os sapos
O poema a seguir, "Os sapos", de Manuel Bandeira, foi declamado por Ronald de Carvalho no segundo sarau da Semana, sob vaias e gritarias. O público, durante a leitura, gritava em uníssono: "Foi, não foi!"
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Alunas: Laís n° 16, Bruna n° 04, Caroline n° 07, Thayná n° 29.
ResponderExcluir1 A) "...Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!" ..."
B) Neste poema, Manuel Bandeira, satiriza o parnasianismo, chamando os parnasianos de sapos, que “martelam” o que não deveria ser martelado, ou seja, repetem muitas fórmulas já prontas e conhecidas.
c) Ele representa uma espécie de hino do
Modernismo.
adorei, parabéns!
ExcluirObrigado meninas, eu precisava dessa resposta, no último dia de entregar o trbalho "ufa" eu encontrei o site!!
ResponderExcluirvaleu ai
ResponderExcluirposta mais respostas ae vei de portugues do 3º ano
Ba, daora o site. Valeu mesmo!!! Se tá certo eu não sei, vamo na sorte gurizada
ResponderExcluir3º marcando presença....
ResponderExcluirobrigado pela resposta ...........................valeu;;;
ResponderExcluirobrigada pelas respostas, tava precisando muito kkk
ResponderExcluirAmei, obrigada !
ResponderExcluirc) Ele representa o povo! Enquanto os outros sapos brigam dizendo "meu pai foi à guerra!", "meu pai foi rei", o sapo-cururu morre de frio, fugido ao mundo, sem glória, sem fé..
ResponderExcluirMuito bom ...
ResponderExcluirParabéns ...
Ótimo site ... Ajuda muito !
Valeu!
valeu mano muito bom o site e bem estruturado...'-'
ResponderExcluiro poema também traz uma caracteristica muito comum no modernismo da primeira fase; o verso livre. explique essa caracteristica.
ResponderExcluirpor favor me ajudem a responder essa aqui gente nao to conseguindo não
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